A
mulher de fé está decidida a não ceder mais às mesmas tentações.
Por muitas vezes disse para si que resguardaria sua alma e fugiria de
tudo aquilo que só lhe faz mal, mas motivada, vezes pela carência,
vezes pelos próprios desejos que não dão trégua, acabou
entregando-se e, como sempre, terminou machucara, frustrada e
arrependida. Ela sabe que o verdadeiro alento para seu interior não
está ali, escondido atrás de sensações que passam rápidas
demais, deixando sua alma insatisfeita e vazia, sempre levando-a às
mesmas conclusões. “Eu não devia ter cedido, fui fraca e
irresponsável”, diz seu interior. “É verdade”, responde o
acusador com sua voz trêmula e sarcástica. “Mais uma vez acabou
traindo suas próprias convicções. Você não passa de uma mulher
fraca e sem valor. Não sabe valoriza-se. Como desejar ser valorizada
pelos outros?”. Quando isso acontece ela não consegue se ver no
espelho, perde o brilho e deixa de ouvir seu coração por um bom
tempo até que resolve buscar forças para voltar à sua luz. E agora
que está na luz, deseja permanecer nela. Não irá buscar em farelos
o pão que necessita para realizar-se. Está cansada de alimentar-se
de ilusões. Quer algo para chamar de “para sempre!”.
Thiago
Mendes