quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sobre coisas que só o tempo nos diz!


A Mulher de Fé decidiu que não irá chorar pelas mesmas razões. Entendeu que já derramou lágrimas demais por pessoas que não lhe corresponderam, e é por isso que fará do sorriso o seu melhor remédio. Sente que chegou o momento de recomeçar e desta vez irá até o fim. “Não quero correr o risco de passar a vida inteira sofrendo sempre as mesmas dores e chorando as mesmas lágrimas”, pensa. Ela lava o rosto, sente o frio da água e se lembra das tantas vezes em que tomou esta mesma decisão: não iria mais se submeter às mesmas humilhações, mudaria seu modo de agir, seria mais fria e racional, pensaria um pouco mais em si mesma, esqueceria quem não a valoriza, não permitiria que a usassem como um objeto, mas sempre fracassava e acabava retrocedendo e guardando seus sofrimentos apenas para si mesma. “Todas as grandes transformações em nossas vidas só são possíveis quando somos capazes de tomar uma decisão”, ela tem consciência. Sente que as lágrimas começam novamente a descer. Serão as últimas? Ela será capaz de impor a si mesma e a todos o seu novo ritmo? Talvez esteja tão envolvida com a maneira antiga de viver que se sinta incapaz de propor a si mesma uma nova oportunidade para recomeçar. Mas, quem sabe? Ela irá esperar que todos cheguem à casa e só aí saberá se foi capaz de mudar realmente ou se esta foi apenas mais uma daquelas crises de insatisfação que por tantas vezes já vieram e já se foram. O tempo dirá!

Thiago Mendes

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sobre a oração do amor!


Senhor, ajuda-me a amar meus semelhantes para além dos limites que os meus interesses impuseram. Que eu seja capaz de, neste dia e sempre, amar as pessoas não pelo que elas podem oferecer-me, mas por aquilo que são. Que as saudades que sinto dos ausentes seja mais que apenas minha alma carente requerendo o colo que encontrava ali. Sim, Senhor, me liberte dos sentimentos de dependência emocional, e das doenças que querem exercer domínio, da possessão e dos ciúmes, da inveja que tantas e tantas vezes já me atacou até em relação à pessoas que digo amar. Senhor, talvez eu esteja envolvido demais com tudo o que este mundo oferece e por isso não tenho conseguido amar como deveria, mas estou decidido que quero ouvir menos o som das “coisas desta vida”, para que assim, seja capaz de discernir melhor a Sua doce voz. Sei que és Bom Pastor e que ouvindo-o, serei mansamente guiado até as boas pastagens de Seu infinito amor. Aí serei capaz, meu Senhor, de oferecer gratuitamente aquilo que me destes de forma infinitamente generosa. Obrigado por me amar tanto e pela oportunidade que tenho de espalhar este amor, amem!

Thiago Mendes

domingo, 27 de maio de 2012

Sobre a sabedoria e os designos do coração!


Todas as semanas várias pessoas de diferentes lugares procuram Álih, o mestre, para ouvir os seus conselhos. Jávier, seu aprendiz, fica por perto enquanto o mestre ouve cada história. O jovem percebe que o velho dá sempre a mesma resposta a todas as pessoas. “Vá, e siga os designos de seu coração!”, diz. Jávier começa a pensar que está sendo ensinado por um charlatão. “O que o senhor está fazendo?”, questiona indignado. “As pessoas lhe pedem conselhos completamente diferentes e lhes dá respostas sempre iguais?”. O velho sorri. “Estas pessoas não atravessaram as montanhas para aprenderem absolutamente nada”, começa ele. “Elas já estão decididas sobre o que irão fazer. Já tem as receitas, mas vieram buscar bolo  preparado. Se eu lhes disser o que estão decididas a fazer, irão começar a se acharem sábias demais, e desprezarão meus ensinamentos. Caso eu diga que estão erradas e o que devem fazer, não irão obedecer, já estão decididas e também desprezarão meus ensinamentos. Ninguém aprende sobre a sabedoria visitando sábios de vez em quando. A sabedoria deve ser buscada em todos os momentos, e é ouvindo a voz do coração, errando e acertando, sofrendo as consequências de cada erro e acerto, que ela vai sendo construída em nós. Seria muito cômodo as pessoas virem até aqui e saírem com todas as respostas. Desta forma, jamais iriam crescer”.  O jovem retruca. “E quanto a mim? Vim buscar respostas, me entreguei aos estudos e procuro seguir todas as suas ordens”. O velho coloca as mãos nos ombros do rapaz, fita seus olhos arregalados e responde em tom amável. “É verdade, filho. E quando eu perceber que está preparado, também direi a você: vá, e siga os designos de seu coração”. 

Thiago Mendes

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sobre não gastar energias desnecessárias!


O Soldado da Paz faz de tudo para não gastar energias desnecessárias. Prefere se concentrar no combate e na força que gastará para manejar bem a sua espada quando for necessário. Nem todos concordam.Enquanto estamos comendo, bebendo e sorrindo ele se concentra e afia sua espada, condena um dos homens.É verdade, responde outro.Não nenhum sinal de que lutaremos hoje e então devemos aproveitar estes momentos. Mas o Soldado da Paz prefere não ouvir os comentários. Não quer gastar energia discutindo opiniões ou se decepcionando com pessoas a quem ama e respeita.Gastamos muita energia querendo provar que estamos com a razão ou condenando a prática dos outros, e isso não nos leva a lugar algum. É melhor fazer a nossa parte e procurar dar bons exemplos no momento do combate. Os mais sensíveis aprenderão a lição, ouviu de seu mestre. E é isso que faz: mantém silêncio, retém energia e permanece tratando a todos com ternura e respeito. Com o tempo, seus homens irão aprender e serão um grupo ainda mais forte e unido.

Thiago Mendes

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sobre o cansaço e a missão!


Muitas vezes sentimo-nos cansados a ponto de desejar não continuar a batalha. Isso acontece principalmente quando a missão parece se tornar difícil demais, e a cruz, aparentemente impossível de ser carregada. Mas o Soldado da Paz aprendeu que no fervor da batalha não existem cansados. Já enfrentou situações em que imaginava não conseguir e encontrou uma força sobrenatural enquanto dava golpes instintivos e acabou conquistando vitórias importantes. “Desta vez não será diferente”, pensa enquanto segue de cabeça baixa para o campo. Hoje não está indo por amor, ou pela alegria de estar ao lado dos companheiros, mas por necessidade. Sua vontade era permanecer na tenda, recompor suas forças e, talvez lutar depois. Mas o Soldado da Paz sabe que neste momento é melhor enfrentar sua Cruz e o seu próprio desânimo. Claro, os primeiros golpes serão pesados e lentos, mas com certeza, chegará o momento em que nem se lembrará mais de seu desânimo e pode ser que conquiste mais uma importante vitória.

Thiago Mendes

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sobre as páginas da vida!


Jávier, o aprendiz, parece contente hoje. Acordou mais cedo, varreu a tenda e suas imediações, molhou as plantas e jogou comida para os animais. Álih, o guia, se espanta.O que aconteceu com você? Geralmente faz o que lhe é ordenado!. O rapaz sorri.Mas posso mudar, retruca,e é bom você se livrar desta impressão que tem de mim porque a partir de hoje, cumprirei todas as minhas tarefas sem que tenha que receber ordens. O velho resmunga aparentemente incrédulo por alguns segundos e finalmente fala.Se pensarmos em nossa vida como sendo um livro, temos o direito de dividi-la em capítulos, certo?. O rapaz balança a cabeça dando sinal de afirmativo. O guia prossegue.No livro de sua vida muitos capítulos manchados e, por mais que escreva novas páginas, será impossível restaurar completamente os capítulos anteriores. O velho da um longo suspiro, toma um gole de água e continua.Existem os erros isolados, que nos prejudicam, mas que acabam sendo esquecidos quando escrevemos novas páginas; os piores são os erros repetidos que mancham para sempre a nossa história. É por isso que temos que fazer de tudo para não causar uma impressão ruim nas pessoas, porque depois de uma folha impressa, é impossível escrever outra história ali. O rapaz não fica satisfeito.O senhor não está feliz com a minha disposição de mudar?. O guia responde com voz amável.Claro que sim, e é justamente por isso que está aqui. Mas para escrever novas páginas você não precisa querer rasgar aquelas que foram escritas no passado. Por mais lamentáveis que tenham sido, cada uma delas serviu para algum propósito e não devem ser anuladas. O rapaz fica em silêncio e volta a aguar as plantas. Mas agora sabe que aquelas que morreram por falta de água no passado, continuam mortas no presente.

Thiago Mendes

terça-feira, 15 de maio de 2012

Sobre a janela, a vida, e o parque de diversões!



A mulher de também possui os seus medos. A diferença é que ela jamais permitiu ser possuída por eles. Sim! Olhando através de sua janela temeu enfrentar a vida que a esperava fora. E foi observando cada pessoa apressada que corre para e para aqui acenando umas para as outras com olhares assustados que ela começou a entender o sentido da vida. Foi vendo através da janela as crianças correndo, pulando e dando cambalhotas que a mulher de percebeu que todos nós fazemos os mesmo.As crianças ficam correndo de um lado para outro dando piruetas sem sentido, gritando, sorrindo e, agora, olhando para a janela, percebi que todos nós fazemos o mesmo. Qual o sentido de corrermos tanto, de fazermos malabarismos para ganhar dinheiro e surpreender os outros? O mesmo que as crianças: queremos chamar a atenção!A mulher de começa a amarrar o cabelo, mas continua olhando para a janela e, observando a vida fora, percebe que mesmo esta correria parecendo não ter sentido nenhum, é ali, entre árvores, escorregadores, balanços e coleguinhas que se esconde toda a razão de estarmos aqui. Cabelo amarrado, bolsa de lado e coragem renovada. Chegou a hora de enfrentar mais uma vida. Ou talvez seja a hora de saltar mais obstáculos divertidos como brincar de amarelinho ou buscar oportunidades como quem procura um brinquedo na caixa de bagunças? A mulher de ainda não sabe, quer atravessar aquela porta e participar da brincadeira. Ela sabe que enquanto alguns observam da janela, outros constroem felicidade.

Thiago Mendes

Recomeço!

Nunca é o fim. A vida que resta, sempre absorve os destroços e dá um jeito de prosseguir. Você já passou por muita coisa e, em todas elas, s...