Jávier,
o aprendiz, e Álih, o guia, estão plantando uma pequena lavoura de
milho a poucos metros da cabana. Por um momento o jovem para e fita
os olhos de seu mestre: “Você é feliz com sua vida, estando aqui
sempre sozinho, perdido no meio do nada?”. O velho lança mais
algumas sementes e devolve o olhar. “Só vive só quem não sabe
oferecer a si uma boa companhia e está perdido apenas aqueles que
ainda não se encontraram nesta vida. Sim, eu sou feliz, porque sei
que estou fazendo exatamente aquilo que fui criado para fazer”. O
velho lança mais algumas sementes de milho. “Se eu não fosse
feliz”, continua o guia, “seria como essas sementes de milho se
rebelarem contra o seu destino, mas elas irão nascer, crescerão e
você verá como irão dançar com o vento quando estiverem grandes.
Depois se secarão e saberão que estão prontos para o fim.
Infelicidade é apenas a desgraça de se estar fora do plano de
criação”. Jávier lança mais algumas sementes. “E como saberei
se estou fazendo a coisa certa?”. O velho sorri. “Seu coração
dirá. Está triste com o que faz por mais admirável que seja? Então
está fazendo a coisa errada! Está feliz com o que faz por mais
simples que seja? Então está fazendo a coisa certa!”.
Thiago
Mendes
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