segunda-feira, 30 de junho de 2014

Sobre quando nos perdemos com a vitória!

O Soldado da Paz não teme a derrota. Isso já aconteceu muitas vezes e ele sempre tirou alguma lição importante daquelas feridas. O guerreiro passou por algo bem pior quando venceu, mas não soube o que fazer com a vitória. Seu comportamento mudou, não agradeceu aos companheiros por terem vencido juntos, guardou para si os despojos e por algum tempo se achou invencível. Foi aí que percebeu que uma derrota digna pode nos fazer melhores e mais unidos, mas uma vitória em mãos imaturas talvez seja fatal. O Soldado da Paz viu seus amigos se despertarem e por pouco sua missão não foi comprometida. Ele revê seus caminhos, busca cada companheiro disperso e pede perdão. Aprendeu que para um coração despreparado, vencer pode ser pior do que perder. 


domingo, 29 de junho de 2014

Sobre o poder da rendição!


Aprendi que jamais seremos capazes de nos realizar seguindo apenas com a força de nossos próprios pés. É necessário dividir os pesos com os outros e contar sempre com as forças espirituais. Sem estas forças invisíveis, acabaremos derrotados, por mais fortes que imaginamos ser. Talvez tenha sido por isso que o Cristo afirmou que a verdadeira força está com os fracos, que os últimos serão os primeiros e que se alguém deseja alcançar a vida, é preciso perdê-la primeiro. Perdemos muito tempo e energia tentando ser independentes. Quando nos rendemos a Deus, certamente seremos fortalecidos diante das pressões desta vida. Sem Ele, certamente, nada poderemos fazer.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Sobre seguir o caminho do vento!


Às vezes o Soldado da Paz sente que a única coisa que tem a fazer é seguir o caminho do vento. Não há estratégia, nem obsessões, mas apenas uma certeza de que tudo terminará bem. O guerreiro decide abandonar seus medos, as feridas do passado e os sentimentos de culpa. Seu escudo será o abraço, e a espada, a mão estendida. Não quer mais lutar por riquezas e territórios. A riqueza será as pessoas que ama de verdade, e territórios, apenas os de seus corações. Sua alma está mais leve agora. Ele parece sentir que o peso das obrigações já não fazem mais parte do seu mundo. É mais fácil viver assim, desapegando de tudo que nos prende, e seguindo em fé. 

terça-feira, 24 de junho de 2014

Sobre um pouquinho do meu novo livro!


“Amor, eu estou com medo”, disse ela me abraçando por trás de um jeito que sempre adorei. “Fique calma, não se preocupe, eu estou aqui com você”, respondi sentindo o cheiro do perfume que eu adorava, como se a minha presença mandasse para bem longe todos os nossos problemas. Logo eu, com esse meu corpinho frágil – quase inexpressivo. Mais ali, confesso que me sentia um herói – capaz de protegê-la e de manter a paz, mesmo que o mundo inteiro desabasse de uma vez. Fecho os olhos e imagino a noite lá fora. “Deve estar linda”. A cidade solitária, a lua cheia que assiste quieta ao que acontece aqui em baixo. Ela que parece saber de tudo, mas prefere não se meter em nada. É bela, serve de inspiração a poetas solitários, ajuda nas coisas do amor, mas se mantem assim: quieta, como se o mundo aqui em baixo não a observasse. “Do que você tem medo, meu amor?”, finalmente pergunto na certeza de que o meu “fique calma, não se preocupe, estou aqui com você”, não era o que ela esperava de mim naquele momento. Um breve silêncio se instala. Tempo suficiente para que eu também sentisse medo. A respiração dela mudou. A coberta que antes parecia incapaz de nos aquecer, agora sobrava. “Tenho medo de jamais ser mãe”, disse ela em um tom distante, como se falasse consigo mesma... (E assim começa “O Caminho Sagrado”, que será lançado em novembro. Espero que gostem). 


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Sobre viver e acreditar!


E lá vou eu, mais uma vez. Cercado por tantos, sentindo-me só. É a vida. Muita gente, pouca companhia. Olho para os lados e vejo pessoas boas, mas não me sinto no direito de incomodá-las. Estão todas ocupadas demais consigo mesmas. Eu também. Cada um atrás de suas caças, escondendo pecados e publicando virtudes. Sejamos sinceros: estamos longe de nos tornar aquilo que parecemos ser. Talvez seja por isso que vivemos tão agitados e alegres aqui do lado de fora e tão quietinhos lá do lado de dentro. De vez em quando somos cercados por todos os nossos medos ao mesmo tempo. Fugir? Impossível. Este é aquele tipo de inimigo que está em nós, e não apenas contra nós. É hora de levantar a cabeça e tentar enfrentar mais um dia. Mesmo que a nossa vontade fosse a de não ter surgido para a vida hoje, estamos aqui. Enfrentemos com dignidade. 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Sobre o poder das sensações!


Às vezes a Mulher de Fé percebe que não está conseguindo ser feliz dentro de sua rotina diária. Acha tudo repetitivo, cansativo e entediante. Neste momento sua alma fala silenciosa ao coração: “A rotina não é uma prisão, mas um oásis. São estas tarefas aparentemente iguais, que fazem toda a diferença. Observe os detalhes. Eles é que dizem o quanto vale a nossa vida. A rotina é do bem. Ela nos equilibra. Impõe-nos limites. É a bússola, não o caminho. Por isso, dê-se o direito de viver cada experiência por mais que pareçam semelhantes às anteriores. Mude a sua maneira de sentir, e tudo será diferente. As sensações nos dão o poder de transformar o tédio da rotina, em um universo inteiro de possibilidades. Ouse experimentar”. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

Sobre a certeza de que tudo terminará bem!


Não tenha medo dos terrores da noite, nem das incertezas que passeiam pelos terrenos férteis de sua mente. Com o tempo vamos aprendendo que algumas coisas a gente evita, já outras são inevitáveis. Fugir do inevitável, é como fugir do destino – bobagem. Talvez tenhamos apenas que acreditar que a vida é do bem, e que no final, as coisas terminarão dando certo. O destino mais implacável é aquele que se manifesta sem muitos rumores, na solidão das noites e na beleza inofensiva de cada manhã. Inimigos silenciosos, serão sempre mais perigosos. Mas até estes ataques que bombardeiam nossas emoções, talvez acabem bem. Tudo vai depender da maneira como receberemos estes ataques. Não adianta nos isolar do mundo. As pessoas nos fazem bem e nos fazem mal, e é justamente isso que nós também fazemos a elas. Reaprendamos a convivência. Os fortes sabem repensar a vida, são flexíveis e saem dos escombros, direto para o recomeço. Os fracos se endurecem, enfrentam o inevitável e acabam derrotados. O Soldado da Paz reconhece o momento de ir ao combate e sabe que algumas vezes tudo o que temos que fazer é guardar as armas e relaxar. Afinal, a vida deve ser do bem.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Sobre manter a distância, os mitos e a ordem!


Álih, o guia, e Jávier, seu aprendiz, estão sentados na porta da tenda observando as montanhas. “O senhor não tem muitos amigos próximos”, diz o jovem. “As pessoas vêm até aqui, pedem seus conselhos, te dão presentes e vão embora sem criar vínculos. Isso não te incomoda?”. O velho dá um leve sorriso e aponta na direção das montanhas. “Antigamente as pessoas diziam que os deuses habitavam aqueles montes”, inicia. “Ninguém ousava subir lá em cima, pois isso poderia deixá-los irados. Essa crença manteve a ordem por muitas gerações. Até que alguém desafiou os deuses e escalou as montanhas. O pior aconteceu: o homem desceu vivo e disse que não viu nenhum deus por lá”. O jovem estava gostando da história. O velho pigarreou antes de prosseguir: “Depois do episódio, as pessoas passaram a não se respeitarem mais. Diziam que os deuses não existiam e que todos poderiam fazer o que bem entendessem. Até que outra pessoa se levantou: ‘Os deuses existem, mas por causa de nossos pecados, deixaram de habitar os montes e agora estão morando nos Céus’, proclamou. Depois disso a ordem voltou, os deuses não”. O jovem fica em silêncio por alguns instantes, depois resolve falar: “Mas o que é que tem a ver a distância que mantém das pessoas com os deuses da montanha?” O velho sorri. “Se até os deuses precisam manter distância para que a ordem prevaleça, imagine nós, pobres pecadores. É preciso manter o mito, para manter a ordem!”. 

Sobre palavras que inundam a alma e alimentam o espírito!


Senhor, eu não quero escrever nada para mim mesmo, mas para Ti, razão de todas as coisas. Que cada uma destas palavras singelas que tens me conduzido a escrever aqui, possam alcançar os corações daqueles que, dispersos, buscam a Ti, mesmo que em lugares áridos e distantes. Encontre-os Senhor, e refrigere-os com a Tua paz. Que cada verso seja uma fagulha de luz àqueles que vagam sem direção e alimento a todos os que, estando fracos, necessitam de pão. Ajuda-me meu guia e Senhor, pois necessito de Ti. Sei que estas palavras só terão efeito nos corações, se estiverem cheias de Tua vida. Sem o Senhor nelas, serão apenas palavras soltas ao vento sem nenhum efeito transformador, mas carregadas de Tua presença, podem inundar a alma e alimentar o espírito. 

terça-feira, 10 de junho de 2014

Sobre estas incríveis voltas que o mundo dá!


A vida da gente vai passando, as coisas vão mudando, o mundo vai dando suas voltas e parece que de uma maneira mágica, sem esforços, as coisas vão encontrando seu lugar. Sem desesperos, sem murmurações, sem machucar ninguém. Talvez não seja que a virada que aguardamos demora muito. Na maioria das vezes, nós é que ainda não aprendemos esperar. Mais um pouquinho de calma, regada com atitudes de fé, certamente nos farão muito bem. As nossas bênçãos surgem quando fechamos a boca que murmura e abrimos as mãos que recebem, e o coração que agradece. Não se desespere. Mais um pouquinho e tudo pode mudar subitamente. Você crê? 

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Sobre honra, valor e humildade!


O Soldado da Paz já leu em algum lugar: "A humildade de um guerreiro não é a mesma humildade de um homem servil. O guerreiro não abaixa a cabeça para ninguém, mas tampouco permite que alguém se incline diante dele. O homem servil, por outro lado, se ajoelha diante de qualquer pessoa que considere mais poderosa, e exige que as pessoas sob seu comando tenham o mesmo comportamento diante dele". O Soldado da Paz está aprendendo a cada dia. Sabe quem é, e reconhece a posição em que está. Ouviu algo que guardou para sempre: “Honra é uma coisa que jamais poderá ser exigida. Pelo contrário, ela surge da humildade, da capacidade de servir, do amor, e dos pequenos detalhes da vida. O guerreiro vai se tornando mais forte na medida em que reconhece o valor das outras pessoas”. 

domingo, 8 de junho de 2014

Sobre ter um coração puro, grato e verdadeiro!


Senhor, eis-me aqui, hoje, apenas para Lhe agradecer as tantas, quase infinitas bênçãos que Tens derramado sobre a minha vida. E agora, olhando para trás, vejo que até mesmo aquelas pedras que surgiram no caminho são compreensíveis. Não, elas não estavam lá a fim de me fazer parar. Foram colocadas de maneira estratégica por Ti mesmo. Lembro-me agora das tantas perguntas que fiz e das respostas que nunca vieram. Ah meu Senhor, agora não precisa dizer mais nada. Existem coisas que aprendemos com o Seu silêncio e não quero deixar de ouvi-las. Ensina-me a ter um coração grato, puro e verdadeiro em todos os momentos. Amem.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Sobre como viver em segurança!


Álih, o guia, e Jávier, seu aprendiz, estão meditando sobre proteção. O velho explica que devemos criar um ambiente seguro, tanto físico como espiritual e emocional. “Muitas vezes”, diz ele, “criamos hábitos perigosos e queremos exigir segurança. O mundo não respeita nada a não ser as suas leis universais”. O jovem tem olhar curioso. Álih prossegue: “Quem vive à beira de precipícios, mais cedo ou mais tarde, acabará despencando. E depois da queda - isso vale para todas as áreas de nossas vidas -, não adianta culpar a Deus e as pessoas. Homem sábio é aquele que sabe onde está colocando seus pés. Nosso melhor anjo da guarda é o bom senso”. 

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Sobre alimentar aquelas coisinhas que nos fazem felizes!

Decidi alimentar mais aquelas coisinhas que me ajudam a ser feliz. Estou aprendendo que não precisamos de muito nesta vida. Acho que o segredo é escolher um caminho que nos realiza, evitar não repetir os mesmos erros – pois isto mostrará que estamos evoluindo -, amar as pessoas sem esperar nada em troca; ter fé e procurar ser fiel a ela; ser capaz de contemplar sem pressa – dádivas gratuitas, como o pôr do sol, a sabedoria de algum idoso bom de papo, um abraço longo, carinhoso e aconchegante... Enfim, há tantas coisas que nos faz bem e que não custam absolutamente nada a não ser a nossa disposição, que é impossível alguém dizer que não é feliz por falta de condição. Está aí. É de graça. É de todo mundo. Só não vive quem não quer. Topa?

terça-feira, 3 de junho de 2014

Sobre a força do tempo e da distância!


O Arqueiro está ferido. Foi imprudente, deu-se demais a quem não merecia sua confiança e acabou sendo traído – primeiro por seus sentimentos, depois por aqueles em quem confiou. Ele então tenta esquecer a dor causada pelas feridas. Impossível. Recorre ao coração em busca de respostas. Nada. É aí que seu anjo finalmente aparece: “Há coisas que você só será capas de vencer se recorrer à força do tempo e da distância. Procure seguir seu caminho sem ter que carregar aqueles que não merecem o aconchego de seus ombros”, diz o anjo. O Arqueiro entende o recado. Não guardará mágoas nem viverá ressuscitando as dores do passado. Mas aprendeu que há pessoas neste mundo, que a melhor maneira de termos paz com elas, é mantendo-as longe. 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Sobre o destino das estrelas!


Não importa o quanto estamos sendo bem acompanhados, em alguma dimensão da existência, estamos seguindo sozinhos, como se cada um de nós habitássemos um planeta único e diferente. Olhe pela a janela. Está vendo? Não há ninguém lá fora. Embora as ruas pareçam movimentadas, barulhentas e apressadas – estes são apenas os ruídos da nossa alma que não consegue repousar em paz. Talvez sejamos como as estrelas que, se observadas aqui debaixo, parecem juntinhas. Mas não. Cada uma delas tem seu universo particular, com anos luz de distância. São assim: desejosas de companhia, destinadas à solidão. Nós só seremos felizes ao lado de alguém, se primeiro formos capazes de manter o nosso brilho, mesmo estando sozinhos, na imensidão do universo.



Recomeço!

Nunca é o fim. A vida que resta, sempre absorve os destroços e dá um jeito de prosseguir. Você já passou por muita coisa e, em todas elas, s...