O Soldado da Paz não quer empurrar para o abismo, aqueles a
quem ele mesmo ajudou a tirar de lá. Ouve uma época em que ele começou a
sentir-se incomodado com o excesso de pão na mesa daqueles que ele mesmo ajudou
a sustentar, e isto, lhe fez muito mal. Não é porque fomos responsáveis por
ajudar na cura de ferimentos do passado, que temos o direito de causar outros,
no presente. Aquele que salva, também deve guardar. Não é sinal de fraqueza se
em algum momento tivermos que viver sob a luz daqueles que um dia retiramos das
trevas; pelo contrário, é sinal de que o nosso trabalho valeu a pena. Valeu
arriscar-se, comprometer-se, sacrificar-se. Não somos donos de ninguém.
Lançamos as sementes na terra e, que elas cresçam e sejam capazes de alimentar
desconhecidos. O milagre do nascimento não é realizado por nós. O mais
importante agora são aqueles que, passando por ali, tem com o que se alimentar.
O Soldado da Paz planta, mas não se preocupa e escrever seu nome nas sementes.
Thiago Mendes
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