Felicidade: todos estão
à sua procura. O religioso garante que só é possível ser feliz fazendo-se
participante do seu credo e obedecendo a seus dogmas. Enquanto isso, o homem
sem religião segue outro caminho para encontrar a felicidade: “Nunca ouvi tanta
bobagem”, comenta entre gargalhadas. “A felicidade”, explica o perdulário,
“está em romper todos os limites da vida”. Por outro lado, o atleta está
gastando horas de treinamento tentando ser perfeito no que faz, por acreditar que
ali está a felicidade, escondida atrás de recordes, medalhas e reconhecimento. Vejam!
Observem o homem de terno do outro lado da rua que fala ao celular e abana os braços;
isso mesmo! Dê um grito e diga que deseja falar-lhe sobre a felicidade. “Estou
muito ocupado para discutir este assunto”, comenta ele caminhando rápido,
carregando uma enorme pasta preta, quando desaparece ao entrar em um prédio
suntuoso. No edifício ao lado, no primeiro andar, uma noiva termina a maquiagem
para o casamento de logo mais. Ela acredita que a felicidade está ali. “Estou
tão feliz”, garante em tom radiante recebendo abraços das amigas. Do outro lado
daquela mesma rua, vejam o homem sentado na calçada. É verdade, está sujo e malvestido,
mas para ele, a felicidade está ali, em não ter que explicar-se a ninguém, na
total falta de compromisso com qualquer questão. Ele observa todos correndo de
um lado para outro olhando em seus relógios, alguns em seus carros, buzinando
no trânsito com cara assustada e cansada. O mendigo medita em seu íntimo:
“Loucos, estão correndo para onde? Quem os espera tanto além da morte?” E eu te
pergunto: se todos estão procurando a mesma coisa, porque seguem por estradas
tão diferentes?
Thiago
Mendes
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