Quando o Soldado da Paz
percebe que não tem havido avanços nem recuos no combate, decide que é hora de
buscar conciliação. O exército está desgastado, começa a faltar mantimento e o
sentido da batalha parece ter desaparecido. O Soldado da Paz cavalga sozinho
até o acampamento vizinho. “Estamos nos mantendo no campo de batalha apenas
para medir forças. Não nos lembramos mais do porquê de termos iniciamos este
combate”, diz. O inimigo concorda: “Você venceu”, responde. “E isto por ter
tido humildade o bastante para procurar conciliação. Eu percebi que estamos
lutando por vaidade há dias, mas não tive coragem para procurá-los. Vamos
voltar às nossas casas levando conosco, não território ou despojos, mas a lição
de que, às vezes recuar e conciliar, é a melhor maneira de se vencer um
combate”. O Soldado da Paz não diz nada. Sabe que buscar concerto sempre será a
obrigação do mais maduro, e isto, mesmo que o erro tenha partido do outro. A
prova da maturidade está na capacidade de conciliação. “A guerra acabou”, grita
ele chegando ao acampamento. “Vencemos o orgulho, e isso nos dá o direito de
voltar para casa”. Os homens ficam eufóricos. Há meses esperavam por este tempo
de trégua.
Thiago Mendes
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