Depois
de caminhar sozinho por várias horas o Soldado da Paz avista uma
casinha velha à beira do caminho. “Olá”, grita ele ao se
aproximar, “tem alguém aí?”. O “entre” veio de uma voz
cansada, fraca e intensa. O Soldado da Paz entra devagar, medindo os
seus passos. A casa simples e muito bem arrumada com o chão batido e
o cheiro de terra molhada penetram sua alma. “Sente-se”, diz a
senhora com olhar amável sentada em uma cadeira de balanços
enquanto faz crochê. O Soldado da Paz tenta explicar sua presença.
“Deixei meus homens para trás pra tentar encontrar o meu caminho.
Agora sinto-me sem direção e não sei o que fazer”. A senhora
deixa sua agulha e o pano de crochê de lado. “Você os feriu. Foi
flecha em suas vidas quando deveria ter sido escudo. Continue
seguindo em frente e encontrará o que tem buscado”. Neste momento
a senhora volta a fazer o seu crochê e não diz mais nada. O Soldado
da Paz se levanta pra continuar o seu caminho. A partir de agora será
flecha para o inimigo e escudo para os companheiros.
Thiago
Mendes
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