sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sobre a culpa e o grito da alma!


O Soldado da Paz acorda assustado no meio da noite. Um grito! O guerreiro se levanta, abre a tenda e olha lá fora. Tudo quieto. As sentinelas estão calmamente posicionadas e não acusam absolutamente nada. O Soldado da Paz volta à tenda, deita-se e percebe que o barulho está ali, não do lado de fora, mas de dentro. Talvez seja o gemido das injustiças que já cometeu, ou o barulho do choro que já causou nas pessoas; quem sabe o lamento daqueles que deixou de socorrer quando podia?! O Soldado da Paz tapa os ouvidos, mas o barulho aumenta. A culpa não é um inimigo fácil de ser vencido. Ele sabe que o único remédio é perdoar a si mesmo. O Soldado da Paz se ajoelha ao lado da cama e pede aos Céus que o ajude nesta batalha tão árdua. A imagem cansada de cada pessoa que feriu no passado vem ao seu presente e ele parece ouvir de cada uma delas a frase: Eu te perdoo; até que por fim, aparece a sua própria imagem dizendo: Eu também te perdoo. O Soldado da Paz deixa as lágrimas rolarem e poupo a pouco vai passando a ouvir apenas o barulho do vento leve que assovia lá fora afinado com a harmonia da noite. O Soldado da Paz acaba de vencer um inimigo que o perseguia há anos. Não importa o quanto demore, sempre chegará a nossa hora.

Thiago Mendes

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