“O demasiadamente eufórico está sempre fazendo mal a si mesmo e a quem quer que, estando por perto se torne vítima de sua euforia”. Esta foi a primeira frase de Álih, o mestre, na aula de hoje. Jávier, seu aluno, contesta: “O senhor já disse que a euforia é um ótimo remédio para algumas doenças da alma como depressão, tristeza aguda e desânimo constante”. “Sim”, responde o velho, “mas qualquer remédio em dose exagerada se transforma em veneno. A maioria das coisas boas na vida, se forem experimentadas em doses muito altas, fazem mal. Há boas amizades que nos sufocam, bons empregos que roubam a nossa vida toda, um bom vinho que, se não apreciado com cuidado se transforma em escravidão. Não é porque uma coisa é boa que não possa fazer mal”. Jávier espera alguns segundos antes de fazer sua última pergunta: “E a partir de que momento a euforia começa a nos prejudicar?”. O velho caminha para um lado e outro: “A partir do momento em que ela começa a se transformar em ansiedade e em cobrança exagerada”. Jávier ouve com atenção e entende o recado. Tem estado muito eufórico e empolgado com o aprendizado e precisa se controlar, antes que o bem comece a lhe fazer mal.
Thiago Mendes
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