Hoje, já amarrotado pelo tempo, consigo perceber que, claro, o amor é essencial, mas ele sozinho - sem ideias compatíveis, jogo de cintura, e muito equilíbrio emocional, pode acabar por transformar a vida de duas pessoas num inferno cheio de paixão, angustia e sofrimento. Já assisti muita gente que se ama abrir mão um do outro porque acreditavam que o amor era tudo, e não é. O amor só é viável quando há entendimento. Quem é adepto de radicalismos existenciais, destes que gritam: "eu não mudo ninguém"; ou: "jamais serei outra pessoa", bem, estes, certamente terminarão sozinhos - mesmo que cheios de amor e boas intenções. Quem ama muda, aceita, se adapta ao universo do outro, e faz tudo isso para que, além de amor, haja vida compartilhada. Não basta amar. O amor também precisa nos fazer felizes; caso contrário, será apenas obsessão.
Thiago Mendes
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