quinta-feira, 28 de maio de 2015

Sobre as marcas do tempo!

De vez em quando o Soldado da Paz para em frente ao espelho e fita os próprios olhos. E ali, vendo sua imagem cansada, o guerreiro enxerga também a sua alma. “O tempo passou”, o coração fala baixo. Seu olhar é triste, profundo, vazio, generoso, amável, solitário e parece querer transmitir uma verdade ainda não revelada. “Ele passou”, responde no mesmo tom silencioso. “Mas deixou aqui comigo as suas marcas: o medo que já senti; as vezes em que me senti fraco e incapaz, ou quando experimentei a dor do golpe de quem mais confiava. O tempo se foi, mas suas pegadas permanecerão para sempre. Elas não sangram, nem doem, mas ainda estão impregnadas em meu olhar”. Neste momento o guerreiro fecha os olhos. Algumas lágrimas descem por sua face. Elas não são de raiva ou pesar. Talvez seja alívio de ter vivido tudo aquilo e ainda estar por aqui.
Thiago Mendes

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