Eu já invejei os pássaros. Eles vão a Damasco e a Jerusalém no mesmo dia. Estão livres, podem descansar no rio Nilo e depois voam sobre as rochas do monte Sinai. Eles podem dizer orgulhosos: “O mundo inteiro é nosso e não precisamos nos comprometer com lugar algum”. E eu também já invejei as árvores. Elas fixaram suas raízes e disseram a si mesmas: “Nós não precisamos conhecer o mundo para sermos felizes. Estamos bem aqui no lugar onde estamos. Cresceremos, faremos sombra aos viajantes cansados, bailaremos a melodia do vento e brincaremos com as crianças que vierem até nós em busca de frutos no outono”. Bem, enquanto os pássaros voam e as árvores aguardam ansiosas ao fim do inverno, vou ficando por aqui: livre como aqueles que passeiam pelos céus e fixamente comprometido - como aquelas que amam o chão onde nasceram.
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