terça-feira, 26 de agosto de 2014

Sobre a fogueira, a palha e boas histórias!


A lua está tímida lá no céu, dividindo o universo com as estrelas. Enquanto isso, em algum lugar do deserto, o Soldado da Paz está sentado em volta da fogueira ouvindo as histórias de seus companheiros. Cada um coloca um graveto para alimentar o fogo e depois compartilha uma história. “Estou em minha primeira missão”, diz um jovem de boa aparência jogando lenha fina ao fogo. “Não sei ainda qual é a dor de um golpe de espada”. Alguém joga uma tora um pouquinho mais grossa na fogueira e raspa a garganta sinalizando que irá falar. “Eu já perdi a conta do número de batalhas que lutei. Enfrento uma diferente a cada dia”, diz o soldado frio. “É”, começa o homem mais velho do grupo jogando apenas um punhado de palhas que imediatamente é consumido pelo fogo, “eu estou todo cheio de marcas, e as espadas que me feriram, atingiram tanto meu corpo, como também a minha alma. Já tentei fugir, mas aí era ferido pelo sentimento de covardia que é tão doído que logo estava de volta e, aqui estou eu jogando minhas últimas palhas ao fogo”. O Soldado da Paz coloca seu pedaço de lenha. “Cada um de nós contribui com o que tem para manter esta chama acesa. Alguns têm toras grossas e resistentes, outros ajudam com gravetos e, há os que oferecem palha. Isto não importa. Só temos que ter a certeza de que estamos oferecendo o nosso melhor ao fogo e aos companheiros de combate. O fogo é o bem, e cada Soldado da Paz deve contribuir como pode para manter esta chama viva. Só tem direito de contar histórias, aqueles que já alimentaram o fogo”.

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