Às vezes o Soldado da Paz se sente só e profundamente angustiado. Depois de ter se levantado com este sentimento estranho, o guerreiro vaga pelo campo em busca de paz e alívio para sua alma. Só depois de caminhar solitário durante um bom tempo e perceber que a angústia piorou, decide voltar ao interior da tenda. É ali que dobra seus joelhos e busca alguma resposta dos Céus. Nada acontece. Não aparecem anjos - como os antigos diziam; não vê uma luz brilhante à sua frente; não ouve uma voz confortadora – dizendo que ele precisava mesmo passar por tudo isso e que depois as recompensas fariam valer a pena. Embora o guerreiro não acreditasse mais em nada disso, sempre esperava que algum dia iria acontecer algo que provaria que ele está errado: “anjos existem, luzes aparecem, vozes tranquilizadoras soam do além”. Mas nada. Nenhum som. O guerreiro solitário permanece ali por mais algum tempo, até que percebe que a angústia desapareceu. E, embora não tenha visto anjos e luzes ou ouvido vozes, sabe que foi visto, ouvido e iluminado durante aquele momento. Ele descobriu que às vezes não enxergamos nada, mas mesmo assim precisamos crer que alguém se preocupa se estamos ou não felizes. O guerreiro está renovado e preparado para o combate.
Thiago Mendes
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