quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Sobre quando não gostaríamos que amanhecesse – nunca mais!

O sol nasceu mais uma vez. Abro os olhos, ouço a vida que me chama lá fora e faço de tudo para ser capaz de dizer “eis-me aqui”! Nenhum som. Fecho novamente os olhos, respiro fundo, faço uma breve oração e chego à conclusão de que eu não gostaria que tivesse amanhecido - nunca mais. Mas amanheceu. O barulho da rua, os pássaros que cantarolam lá fora, a luz que atrevidamente invade o quarto pela fresta da janela. “Eis-me aqui”, digo mais gemendo que falando. Estas palavras parecem me dar algum ânimo. Não há escolha. Mais um dia, mais uma vida e, mesmo não desejando, mais uma vez “eis-me aqui”!


Thiago Mendes

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