É tarde da noite, parece que vai chover e o silêncio é
levemente quebrado apenas por um rádio que toca longe uma música solitária que
não sei bem discernir qual é. Todos por aqui já dormem e estou desinquieto,
procurando tapar os Espaços Vazios. “Preciso escrever”. A tela novamente está
em branco. Falar sobre o que? Já escrevi sobre mais de 500 temas diferentes só
aqui no Diário de um Soldado, os livros, artigos, falo todos os dias sobre
assuntos diferentes. “Talvez não haja mais nada de importante e relevante a
dizer”. Tento encontrar algo que seja digno de tantos leitores e de tanta
atenção que tenho recebido. Olho pela janela e vejo o espaço vazio. Ele está
lá. Agora a chuva, mesmo fina, começa a cair. O radio solitário continua ali, em
algum lugar, tocando uma música triste, consolando alguém que procura preencher
os seus espaços e, aqui estou eu, observando o infinito. E esse vazio? É para
alguns? É para todos? Respiro fundo e sinto minha alma agradecer pelo cheiro da
terra molhada. “Obrigado por ter nos colocado aqui”, digo olhando para os Céus.
“E mesmo não entendendo quase nada, agradeço por tudo”. Fecho a janela, e vou
para a cama. Talvez ali, no mundo dos meus sonhos, os espaços não sejam tão
vazios assim. É Isto.
Thiago Mendes
Nenhum comentário:
Postar um comentário