Nossa alma é um grande salão de festas. A noite começa sempre
animada, música alegre, as danças que enfeitam o espaço amplo, as luzes
coloridas dando vida ao ambiente, os músicos lá no palco distribuindo
gratuitamente aquela alegria radiante. Até que... Em algum momento, os músicos
param de tocar. E é aí que começa o drama de quem vive pela alma. As luzes se
apagam, a alegria se despede, os músicos guardam caprichosamente os seus
instrumentos naquelas capas bonitas e partem para os seus dramas pessoais. Sim,
eles também geralmente distribuem de graça aquilo que não possuem. É justamente
na hora do silêncio, quando a vida se aquieta, quando os assuntos cessam,
quando só resta algum outro solitário ali que varre o salão - pensando em sua
própria tristeza, que nós caminhamos até o nosso próprio encontro. “Será que
sou feliz?” A pergunta surge inesperadamente. “As tantas lutas desta vida, as
decepções enfrentadas, os medos que – como fantasmas insistem em nos perseguir
– enfim!”. Amanhã terá outro baile, novas músicas, novas luzes e talvez uma
nova oportunidade de encontrar o meu caminho. Talvez a mesma pergunta
silenciosa volte: “Será que sou feliz?” Hoje me sinto incapaz de respondê-la.
Talvez amanhã, quando os músicos pararem, eu possa dizer um “sim”. Será?
Thiago Mendes
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