José, o jovem pastor de Zoar, conhecia bem o seu
rebanho. Ele sabia que a primeira coisa
que uma ovelha ferida ou doente faz é esquivar-se do bando. “Talvez desejem
fugir para não mostrar a fraqueza às demais, ou pode ser que se sintam indignas
do rebanho”, pensava consigo mesmo. José aprendera a arte de pastorear com o
seu pai e procurava manter as tradições: “Quando uma ovelha começa a se afastar
do grupo”, ensinara o pai, “é sinal de que algo não está bem com ela. A missão
do pastor é trazê-la para perto, curar suas feridas, e mostrar-lhe que mesmo
machucada, ela continua sendo importante”. E José fazia de tudo para manter o
seu rebanho unido e sadio. Não tinha mais ovelhas do que sabia que era capaz de
cuidar. Colocara nome em cada uma delas porque sabia que eram únicas. Claro, às
vezes o pastor cometia erros e seu rebanho acabava sendo afetado, mas logo se
concertava e a paz era restituída. “O segredo”, confessava ele às ovelhas
enquanto descansavam a caverna, “é não permitir que os nossos erros criem
raízes. Aí deixariam de ser equívocos e passariam a ser estilo”.
Thiago Mendes
Um comentário:
Que reflexão mais linda. Tão necessária na visão de hoje de nossos pastores que acham que ovelhas que estão a mais tempo na igreja também não adoecem ...
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