quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Sobre equívoco e estilo!


José, o jovem pastor de Zoar, conhecia bem o seu rebanho.  Ele sabia que a primeira coisa que uma ovelha ferida ou doente faz é esquivar-se do bando. “Talvez desejem fugir para não mostrar a fraqueza às demais, ou pode ser que se sintam indignas do rebanho”, pensava consigo mesmo. José aprendera a arte de pastorear com o seu pai e procurava manter as tradições: “Quando uma ovelha começa a se afastar do grupo”, ensinara o pai, “é sinal de que algo não está bem com ela. A missão do pastor é trazê-la para perto, curar suas feridas, e mostrar-lhe que mesmo machucada, ela continua sendo importante”. E José fazia de tudo para manter o seu rebanho unido e sadio. Não tinha mais ovelhas do que sabia que era capaz de cuidar. Colocara nome em cada uma delas porque sabia que eram únicas. Claro, às vezes o pastor cometia erros e seu rebanho acabava sendo afetado, mas logo se concertava e a paz era restituída. “O segredo”, confessava ele às ovelhas enquanto descansavam a caverna, “é não permitir que os nossos erros criem raízes. Aí deixariam de ser equívocos e passariam a ser estilo”.

Thiago Mendes

Um comentário:

Anônimo disse...

Que reflexão mais linda. Tão necessária na visão de hoje de nossos pastores que acham que ovelhas que estão a mais tempo na igreja também não adoecem ...

Recomeço!

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