Se eu fosse livre como o vento, não seria tão escravo de
minhas carências e, quando não fosse aceito, viajaria sem que percebessem a
minha ausência. Se eu fosse livre como o
vento, bailaria sem expectadores e assoviaria a minha melodia preferida sem que
outros reprovassem o meu cantar. Se eu fosse livre como o vento choraria com
mais frequência e, assim, talvez até os meus sorrisos soassem mais sinceros. Se
eu fosse livre como o vento, levaria meu amor para dançar todas as noites e lhe
daria tudo aquilo que a liberdade nos permitisse. Se eu fosse livre como o
vento, talvez tivesse coragem para arriscar mais, pois assim, não seria tão
escravo dos medos que tenho de ser exposto ao ridículo. Se eu fosse livre como
o vento, talvez já estivesse respirando outros ares e sobrevoando outros mares.
Se eu fosse livre como o vento, talvez desse um pouco mais de mim e sonhasse
sonhos mais altos. Mas aqui estou eu, aprisionado com as chaves nas mãos,
faminto tendo toda esta fartura, tendo sede com os vasilhames cheios. Ah... Se
eu fosse livre como o vento!
Thiago Mendes
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