Hoje
acordei triste e com medo de acreditar que amanhã as coisas serão melhores.
Tenho carregado esta esperança “de que amanhã” há anos e, embora o progresso
exista, ele é lento e doloroso. Confesso que estou a um passo das minhas
cavernas e, ao mesmo tempo em que me sinto revestido de coragem e ousadia para
enfrentar as tantas e tantas lutas desta vida, de repente me encontro como
hoje: fraco, indeterminado e covarde. Aí começam surgir aquelas perguntas: “Ei,
onde está aquela pessoa alegre e cheia de esperança que sempre nos encorajou?”
“Qual será o próximo passo? Estamos apenas esperando uma direção!” Não sei onde
está aquela pessoa corajosa e muito menos qual será, ou se realmente haverá um
próximo passo. Dobro meus joelhos e vou em busca de respostas. Ouço passos que
se aproximam: “O destino das águas de um grande rio é o mesmo daquelas que
molham a pastagem pela manhã: ambas, mais cedo ou mais tarde, se encontrarão
com o oceano”. Continuo ajoelhado. “Mas o que tem a ver as lições da água com
esta angústia que hoje me atormenta tanto?”, pergunto. Não adianta. Não há mais
ninguém ali. Talvez isso signifique que eu tenha apenas que confiar em meu
destino e acreditar que, mais cedo ou mais tarde, ele me lançará no oceano, e
que lá, tudo será melhor, tudo será mais fácil.
Thiago Mendes
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