José, o jovem pastor da
cidade de Zoar, seguia seu destino ao lado das poucas ovelhas que possuía. Sua
vida, seus sonhos e cada uma de suas esperanças estavam ali, no pequeno rebanho
que ele cuidava. O pastor, claro, era chamado de louco pelos moradores da
região. “Ei, esse não é o sujeito que conversa com ovelhas?”, gritara o homem à
beira do caminho. “É este mesmo”, responde o outro em tom sínico, “deve ser
bruxo, por isso fala com animais”. Mas o pastor de Zoar não se importava. É
lógico que no início, até concordava com os moradores da cidade, mas com o
tempo, foi aprendendo a linguagem de suas ovelhas e descobriu que elas também
aprenderam a sua. “O verdadeiro pastor”, aprendera ele, “precisa conhecer as
necessidades de seu rebanho, e o rebanho, também precisa conhecer as
necessidades de seu pastor”. E era justamente por isso que manhã após manhã,
José ouvia cada uma delas e descobria as suas necessidades. Com o tempo,
aprendeu que as ovelhas podem oferecer algo muito mais precioso do que carne e
lã: companhia.
Thiago
Mendes
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