quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sobre a viagem de volta!

Alíh, o guia, se prepara para começar mais uma aula. Jávier, seu aprendiz, está ansioso, tem aprendido coisas importantes nos últimos dias. “Vamos falar hoje sobre as coisas que devem ser descartadas de nossas vidas”, começa o velho. Jávier se ajeita no banco e fita o guia que volta a falar. “Uma das maiores dificuldades que temos”, continua, “é a de jogar fora aquilo que já não produz nenhum bem e que são preservadas apenas porque já foram importantes em nosso passado”. Álih dá uma pausa e prossegue: “Quando somos capazes de nos desprender de coisas que nos prejudicam agora, embora tenham sido importantes no passado – e isto inclui sentimentos, pessoas e coisas – estamos dando um passo importante em direção a conquistas maiores. Quem está preso ao passado jamais conseguirá experimentar os melhores momentos do presente, nem muito menos, prosseguirá feliz para o futuro”. Jávier começa a pensar em tantas coisas que ainda o conduz ao seu passado: pessoas que precisa perdoar, sentimentos que insiste em carregar consigo e situações que ainda é obrigado a reviver todos os dias. “Quero me livrar de tudo que me prende”, diz o jovem. O velho caminha em sua direção: “É impossível desenterrar um tesouro sem que você volte ao local onde o enterrou”. O jovem fecha os olhos e respira fundo; ele sabe que tem uma viagem longa pela frente e não faz ideia de quantos mortos encontrará pelo caminho.

Thiago Mendes

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