Hoje o arqueiro está concentrados e atento. Há um alvo que precisa ser acertado e, neste caso, um erro poderia ser fatal. É aí que ele para um pouco e ouve a voz do arco que fala através de seu coração. “Você continua apaixonado, o problema é que deixou de ser apaixonante”. O arqueiro tenta rebater: “Continuo fazendo tudo o que sempre fiz. Os rituais são os mesmos, sigo os ensinamentos sagrados com zelo e atenção; além do mais minha habilidade hoje é muito maior que no início”. O arco responde frio: “Se continua fazendo tudo exatamente igual e é mais habilidoso, porque os resultados deixaram de ser tão empolgantes como sempre foram?” O silêncio se instala no próprio silêncio até que o arco volta a falar: “Não basta ser apaixonado, tem que ser apaixonante!”. O arqueiro olha para o alvo e dispara. A flecha segue seu destino; o arqueiro fecha os olhos e respira fundo. Se ele errou ou acertou, apenas o tempo poderá lhe dizer. Não adianta correr atrás depois da flecha lançada; o que podemos fazer é acreditar na força daquilo que fazemos com paixão.
Thiago Mendes
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