quinta-feira, 26 de agosto de 2010

EU E O ANJO



Há dias em que o Soldado da Paz está cansado a ponto que não conseguir mais nem mesmo segurar a sua espada. O combate está acontecendo. Ouve gritos de seus companheiros – todos precisam dele neste momento. Ali, eles não precisam do homem, do nu, querem o herói de volta. As forças não ajudam. Ele cai de joelhos sob a espada e pergunta aos Céus se ainda há alguma força que pode vir de algum lugar. Nenhuma resposta é dada. Ele já ouvira histórias do passado em que os guerreiros pediam esse tipo de socorro e anjos apareciam para salvá-los, mas agora parecia não acreditar mais em nada disso. Esta não era a primeira vez que ele se sentia covarde e incapaz de fazer qualquer coisa àqueles que lutavam ao seu lado – estava fraco e incrédulo demais para qualquer golpe. Algum jovem soldado desconhecido vem até ele com olhos arregalados, desesperados e brilhantes: “Seu exército depende de você! Não precisa dar nenhum golpe, apenas sua presença irá fortalecer seus homens e serão capazes de nos dar a vitória”. Ele havia pedido um anjo, não um garoto que mal sabe manusear a espada. Mesmo assim resolve se levantar e ir com ele ao campo de batalha. Quando os homens percebem que o Soldado da Paz se aproxima ficam eufóricos e lutam com mais bravura. Ele fica de longe, realmente não consegue levantar a espada – mas mesmo assim conquistam uma grande vitória naquela noite. Depois do combate, acendem a fogueira e vão conversar. “Porque você veio se juntar a nós estando tão cansado? Deveria ter ficado na tenda!”, diz um de seus generais. “O jovem soldado que você mandou para me chamar acabou me convencendo”, responde. “Você está louco? Não enviamos nenhum soldado!”. Ele não diz nada, mas entende o recado. Os antigos estavam certos - os anjos existem. Às vezes aparecem disfarçados, mas sempre aparecem!
 Com muito carinho e tentando me fortalecer.
  Escreva-me. Você pode ser um anjo disfarçado: thiagomendes@nacaoprimitiva.com
Thiago Mendes

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