Algumas feridas cicatrizam mais rápido, já outras seguem sangrando ao longo de anos, e chegamos a pensar que a dor jamais passará. Mas na medida em que o tempo se arrasta, um bálsamo de alívio e aceitação parece nos alcançar. A gente não esquece, as marcas foram profundas, os sinais estão ali – tatuados em nossa alma, mas milagrosamente a dor se vai. E quando os acontecimentos são submetidos à curadoria do tempo, com o coração em paz, a gente olha para trás e sorri. Finalmente entendemos que, para que nos tornássemos quem somos, realmente era necessário passar por tudo aquilo. Agora está tudo bem. As dores ficaram em algum ponto do passado e não há pesares. O tempo é terapêutico, especialmente àqueles que se deixam curar.
Thiago Mendes
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