Existe um vazio estranhamente sedutor na plenitude. Você tem tudo o que a maioria sonha e reconhece que a vida lhe tem sido surpreendentemente generosa, mas ainda assim lhe falta algo. Você se arruma toda, se olha no espelho, sente-se linda, realizada e, antes de sair, olha pela janela e vê o infinito de luzes que desaparecem no horizonte. E aí você se sente exatamente como a cidade vista a noite do alto de sua janela: imponente, iluminada, romântica, mas solitária. Você não reclama de nada, jamais faria isso. Curiosidade? Excitação? Desejo por aventura, perigo e emoção? Não sabe e não importa. É só esse vazio estranhamente sedutor que habita a plenitude.
Thiago Mendes
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