quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Sobre as nossas fraquezas!


Já é tarde da noite e o Soldado da Paz ainda está reunido com seus homens. Todos estão sentados em volta da fogueira e cada um deverá compartilhar uma fraqueza. “Todas às vezes, antes de entrar em combate, penso em fugir”, disse o primeiro. “Temo a dor e a morte”. O segundo guerreiro mexe no fogo, depois fala. “Minha fraqueza está nas mulheres. Muitos pensamentos impuros ocupam minha mente quando sei que deveria pensar mais em minha missão. Já feri meu próprio corpo tentando me livrar, mas não fui capaz”. Nenhum comentário. O terceiro sinaliza que deseja falar. “Tenho dificuldades de me desapegar. Sei que devemos entender que algumas pessoas têm um papel momentâneo em nossa evolução, e que em algum momento deverão partir. Eu não entendo. Não libero. Sofro, tento segurá-las e acabo atrapalhando suas vidas e a minha”. Neste momento o Soldado da Paz fica de pé. Seus companheiros o observam com atenção: “Todos nós temos medo da dor e da morte”, diz. “A dor e o desconhecido sempre serão motivos de pavor. Sobre as mulheres, devemos aprender que há algumas coisas em nossas vidas que, ou as dominamos ou acabaremos sendo dominados por elas. Quanto mais pensarmos no motivo pelo qual estamos aqui, menos nossos pensamentos voarão sem rumo. E sobre não desapegar, digo apenas que devemos entender uma coisa: tudo vem com um propósito e vai por alguma razão”. Neste momento os guerreiros se levantam e vão para suas tendas. A lua e a fogueira continuarão ali. Mas até elas certamente tem as suas fraquezas. 

Thiago Mendes

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