Às vezes o arqueiro sobe no alto das muralhas apenas para apreciar a paisagem. Ali ele observa o infinito e conversa com seu anjo. “Lance fora as flechas que não servem mais para o combate. Elas estão ocupando espaço e gerando peso desnecessário”, diz o guerreiro celestial. O arqueiro parece não concordar. “Estas flechas foram importantes em meu passado e, embora algumas estejam tortas e quebradas, me ajudaram a vencer combates difíceis.” O anjo volta a falar: “Há muitas coisas em nosso passado que foram importantes, mas que hoje só servem para ocupar espaço. Armas velhas impedem que recebamos armas novas”. Neste momento o arqueiro vai tirando cada uma das flechas e disparando ao infinito. Sente que o peso diminui. Sente que o caminho para novas armas está aberto.
Thiago Mendes
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