Estou cansado de viver fugindo. Meus esconderijos se esgotaram, tornaram-se obsoletos, e perderam completamente o sentido. Por muito tempo tenho tentado me tornar invisível, escondendo-me em meus próprios medos, na fumaça negra do meu passado, nas desculpas ralas do meu presente e nas incertezas do meu futuro – tudo em vão. Seus olhos assistem a tudo, encontram-me em minha própria perdição. Penetram-me, vasculham-me, fazem de mim, que caminho em densas trevas – alguém óbvio como a luz. Também, Seus olhos vasculham o Universo inteiro como se fosse o quintalzinho atrás da casa. Bem, já que não posso me esconder, eis-me aqui. Rendo-me, entrego minhas armas - que hoje não passam de arcos velhos e espadas sem corte. Apresento-me sem o principal de todos os meus esconderijos: minha armadura. Sim, eis-me aqui, pobre, cego e nu. Eis-me aqui, e que, desta vez seja para todo o sempre. Amem.
Amem?
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