Olá, por muitas e muitas vezes em minha vida, fui obrigada a
dormir sentindo-me apenas um objeto. Sentia-me usada, não amada, e ali,
sozinha, chorava angustiada ao lado de alguém que era incapaz de sentir as
minhas dores. Naquela época sobrava sexo, mas faltavam flores. Com o tempo, as
coisas mudaram: eu virava para o canto, fechava os olhos e chorava sentindo-me
invisível. Faltavam flores e faltava sexo.
E ali, ao meu lado, continuava um amor distante, silencioso, uma verdade
que se obscurecia a cada dia. Mas algo parece ter mudado. Depois de anos, as
flores voltaram. Em uma tarde normal de quarta-feira ele chegou sorridente,
contando sobre as “suas conquistas” no trabalho e dizendo que gostaria de
comemorar. Foi até o armário, pegou um vinho que nós mesmos tratamos de
envelhecer e fizemos de tudo para comemorar. As flores vieram, o vinho também,
mas o sexo não foi como antes. Parecíamos aéreos, navegando em outros mundos,
experimentando o inacreditável. Hoje não estou sentindo-me nem melhor, nem
pior, mas aprendi que sexo e flores não são capazes de fazer nada se não
estiverem aliados à paixão. Espero que hoje ele não se esqueça de trazer também
este ingrediente indispensável ao amor.
Thiago Mendes
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