O
Soldado da Paz e seus homens estão ao pé de uma montanha que é
cercada de várias outras montanhas ainda maiores e eles precisam
atravessar para o outro lado, estão sendo perseguidos e se forem
encurralados ali será o fim. Um de seus companheiros mais fiéis se
aproxima. “Senhor, estou triste com todos aqui. Veja como seus
homens ficam sorrindo e se divertindo enquanto precisamos encontrar
uma brecha entre os montes para atravessar. Estão muito apegados à
futilidades”. O Soldado da Paz passa a observar os companheiros
descontraídos. Alguns cochilam à sombra da montanha, outros contam
histórias e dão gargalhadas e parece que realmente ninguém ali
entende a seriedade do momento. “Você tem razão, todos aqui estão
apegados à futilidades. Alguns dormem, outros sorriem e outros
ainda, ao invés de procurar uma saída se acham no direito de
observar o comportamento alheio”. Neste momento dois dos saldados
mais jovens que brincavam para ver quem escalava mais alto dão um
grito. “Senhor, aqui! Encontramos uma saída!”. O Soldado da Paz
levanta a voz e todos se posicionam e passam pela brecha apertada.
Aprenderam algo importante: há coisas na vida que só somos capazes
encontrar quando não as procuramos. Mais uma vez foram salvos pelas
benditas futilidades.
Thiago
Mendes
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