Três inimigas vieram juntas se encontrarem com o Soldado da Paz. O guerreiro está meditando sozinho à beira de um riacho quando as inesperadas visitantes chegam. “Você é o melhor de todos os guerreiros de seu tempo. Nunca vi ninguém lutar tão bem”, dispara a Vaidade. “Além disso”, complementa a Discórdia. “Os outros soldados não são tão dedicados à missão quanto você. Não lutam com tanta habilidade nem são capazes de se entregarem tanto ao grupo”. Abre-se um silêncio de alguns segundos até que a Inveja dá dois passos a frente e começa a falar. “A discórdia tem razão”, começa. “Não se dedicam tanto, mas mesmo assim sempre tem mais privilégios e são menos cobrados. Você merece mais que todos os outros. Não acha que é tempo de reivindicar os seus direitos?”. O Soldado da Paz fecha os olhos, ouve o barulho das águas e se lembra que a sua missão é exatamente como a daquele pequeno riacho. Ele está ali! Que bebam de suas águas! Que refresquem os seus corpos! Que vejam a si mesmos através dos espelhos de suas águas! Mas ninguém precisa exaltar sua existência. Neste momento o Soldado da Paz abre os olhos e suas inimigas já não estão mais ali. Talvez elas tenham surgido apenas na realidade de sua mente. A lição foi aprendida. Se o Soldado da Paz sabe que está fazendo a coisa certa, ele não precisa ouvir de mais ninguém sobre a nobreza de seu trabalho.
Na fé,
Thiago Mendes
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